sexta-feira, 30 de outubro de 2009

[Esboço (I)]


“Sonhos, como receios a petrificar o corpo. Nada se move, tudo estático. Por dentro, até as árvores contam outras histórias. Detalhes transparentes ao conhecimento ou simplesmente recantos comedidos de um segredo inquebrável. Nos homens a história aparenta seguir um mesmo rumo, porém o homem mascara-se de homem e subitamente o cenário ascende às hipóteses; entre o sonho e a veleidade consciente, entre a realidade dos sentidos e o sonho, muitos homens surgem com posturas opacas. Por vezes densas, tão densas, que a profundidade das águas não é suficiente para afundar até ao limite. A natureza tem uma só face, expressões imprevisíveis. O homem, em nome da natureza, consegue possuir imensuráveis faces, uma única expressão. O caos parece instalar-se. Se observarmos com maior acuidade, a calamidade sempre lá esteve. Preparo-me agora para despir o pleno, fundir a sede de conhecimento, partir em nome dos pecados que não cometi. Não, não os cometi. Malditos! Senhores alheios que rasgaram o ardor, (desejos), no exacto momento em que decidi pela liberdade. Sempre pensei que a liberdade arrastasse um custo sobre-humano, pelos vistos equivoquei-me. O que vai para além do palpitar do sangue nas veias é somente a clausura. A eterna clausura, e outro plano de existência ainda não conheci. (…)”

1 comentário:

  1. Olá, só agora é que vi o teu comentário no meu blog :) com tanto trabalho nem tenho lá ido.
    Agradeço o elogio cara colega ;)
    Gostei deste teu blog tambem, denota alguma paixão literária pela tua parte.
    Fica bem **

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