Ora senta, arregala o teu abismo particular.
Esta porta que nos separa, na verdade,
Não existe!
Deixa as palavras fundirem o que resta dos teus sentidos:
Os ossos devem ser impostos! Antes removidos, claro,
Escamoteados de um corpo qualquer,
Talvez de um órfão do mundo!
Sim! Daqueles que caminha com os passos tresmalhados.
Melhor mesmo seria um daqueles que titubeia
De tanto que o seu coração foi atirado contra o betão.
Já viste um coraçãozinho (deserto)
Sarapintado de ocre, húmus, um trago esquálido de asfalto?
Que deliciosa visão!
Pensando bem, talvez uma mente sedenta de universo.
Sonhos paulatinamente hipnotizados pelo vácuo da humanidade:
Primeiro atiçados selvaticamente (é aquela conquista inglória pelo
nada,
Em que a tanto humanidade persiste, quem sabe),
para depois se esfumarem tão pesadamente.
É quando o negro começa a carcomer cada interstício.
Estás a ouvir? Bruxulear de uma efervescência cósmica?
Eriçado estou!
Achas que posso abrir a porta? Agora estou impaciente…
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