“Sonhos, como receios a petrificar o corpo. Nada se move, tudo estático. Por dentro, até as árvores contam outras histórias. Detalhes transparentes ao conhecimento ou simplesmente recantos comedidos de um segredo inquebrável. Nos homens a história aparenta seguir um mesmo rumo, porém o homem mascara-se de homem e subitamente o cenário ascende às hipóteses; entre o sonho e a veleidade consciente, entre a realidade dos sentidos e o sonho, muitos homens surgem com posturas opacas. Por vezes densas, tão densas, que a profundidade das águas não é suficiente para afundar até ao limite. A natureza tem uma só face, expressões imprevisíveis. O homem, em nome da natureza, consegue possuir imensuráveis faces, uma única expressão. O caos parece instalar-se. Se observarmos com maior acuidade, a calamidade sempre lá esteve. Preparo-me agora para despir o pleno, fundir a sede de conhecimento, partir em nome dos pecados que não cometi. Não, não os cometi. Malditos! Senhores alheios que rasgaram o ardor, (desejos), no exacto momento em que decidi pela liberdade. Sempre pensei que a liberdade arrastasse um custo sobre-humano, pelos vistos equivoquei-me. O que vai para além do palpitar do sangue nas veias é somente a clausura. A eterna clausura, e outro plano de existência ainda não conheci. (…)”
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
[Contra a Abstinência das Palavras...]
"(...) Somehow I knew you would leave me this way. Somehow I knew you could never... never stay. And in the early morning light, after a silent peaceful night, you took my heart away and I grieve (...)". *One Last Goodbye – Anathema
III
Estava sozinha, extenuada,
Procurava lenir esta doença com a imensidão de (cada) noite.
Tremia ao sabor da dolência que se proliferava no sangue.
Eu vi-o antes de se aproximar de mim, pensei nele.
Como poderia sentir-me abraçada pelo fitar permanente de uma estátua
E um semblante estranho a caminhar na minha direcção?
Trazia um livro numa das mãos, um papel rasgado simetricamente.
Nas suas primeiras palavras efluíram os meus primeiros harpejos de redenção.
Exercitei pensamentos, moldei o significado amorfo de cada um.
Pedi-lhe para me ensinar os segredos do mundo, apenas respondeu:
-“Desvendar um segredo comparado com o labor da inquietação corresponde somente
Ao limiar de todas as profecias da humanidade.”
Queria somente ludibriar a minha timidez, criava espaços intempestivos de silêncio.
Eu ficava enlevada, petrificada face ao seu humilde discurso.
Conhecia os meus estigmas, falava de um cipreste: assomo da sua vitalidade.
A reminiscência deste momento marca ânsias em mim,
Quero ver-te na eternidade do tempo, fica comigo.
"(...) In my dreams I can see you. I can tell you how I feel.
In my dreams I can hold you and it feels so real (...)". *One Last Goodbye - Anathema
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